segunda-feira, 22 de junho de 2020

Dentro


em alguma fresta escondida da realidade
num submundo de mim
te encontro sereno e desperto
revolvendo os jardins da minha loucura
como se esperasse pela borealidade que não vem
toda a coisa que aí está é viva e é outra coisa que não eu
eu te digo e repito como se não tivesse dito
toda a coisa que aí está não sou eu
ignoras
porque teu coração é feito de coragem
porque a tua vontade é a tua vontade
porque tu és uma parte que muito vê
o seu amor ignora minha voz
que não é minha
que quer te arrancar dolorosamente deste lugar
porque o teu doce olhar
diz que sou eu
eu
que belissimamente vivo
corro e escapo de ti.